Na volta da noitada com a Sabrina, a gente estava conversando sobre certas coisas da vida, quando ela me diz que saber escutar os outros é uma dádiva. A esta informação, complementei que a natureza é muito sábia nesse sentido, pois nos deu DOIS ouvidos e apenas UMA boca, indicando que devemos ouvir mais do que falar.
Por uma coincidência, no dia seguinte, fui à missa e o padre falou exatamente sobre a capacidade de escutar, com as mesmas palavras que eu e Sabrina usamos. E um questionamento tem martelado a minha cabeça desde então: será que estamos mesmo perdendo cada vez mais nossa capacidade de ouvir?
Obviamente, não estamos falando de medição da audição, de ficar fisicamente surdo, mas sim de uma certa surdez emocional. Assim como a cegueira emocional, que nos limita a visão, que nos faz enxergar somente aquilo que nós queremos ver, a surdez emocional também nos impede de ouvir não no sentido funcional/fisiológico, mas no sentindo de prestar atenção ao que as pessoas têm a nos dizer em vários âmbitos.
Fico imaginando que estamos todos cada vez mais auto-centrados, focados em questões por demais egoístas e acabamos por perder a capacidade de ouvir os problemas dos outros, as opiniôes de quem nos cerca. Com essa surdez emocional decorrente de nosso próprio individualismo, acabamos perdendo também a capacidade de aprender, de entender e, de certo modo, de amar mais.
Acredito que a partir dos momentos que a gente se livra dos grilhões do próprio "eu", podemos construir com mais facilidade um "nós". Assim, podemos aprender com a experiência alheia, podemos ajudar mais aos outros e, no fim, acabamos por auxiliar a nós mesmos... :)
Postado por:Andreh Hora:11:13 AM |
16.7.04
FELIZ ANIVERSÁRIO, SABRINA!
Madonna presta sua homenagem à Sabrina
Marilyn Monroe, em aparição história canta pra Sabrina:
Happy birthday to... you! Happy birthday... to you! Happy birthday... Mr. President! Haaaaaaaappy birthday.... to... yooooooooouu....
Postado por:Andreh Hora:3:25 PM |
7.7.04
VOYERISMO?
Ontem, eu estava meio deprê, mas também meio da na expectativa de como seria o episódio final da série 'Friends' que acompanho há tanto tempo que já não sei se eu sou eu ou se sou um deles...
Daí, ainda agorinha mesmo, enquanto eu fazia um post pro ISAC, me peguei pensando: o que é que motiva as pessoas a estar em contato com histórias de vida - mesmo vidas ficcionais - que não são as suas e que, de certa maneira, não lhes dizem respeito.
Por exemplo, o que ME motiva a acompanhar tantas histórias pessoais em séries de TV? O que motiva a minha mãe a ver as trajetórias pessoais das personagens de uma novela? O que faz com que milhares de pessoas comprem revistas de fofoca pra saber da vida dos artistas? O que leva diversos indivíduos a ler histórias de vida como biografias e romances? O que motiva as pessoas a virem nesse humilde blog (e em outros blogs/sites) pra ler as baboseiras que são escritas?
Fico imaginando se este tipo de comportamento pode ser considerado como uma nova forma de voyerismo: o voyerismo social, o interesse agudo e o prazer em conhecer histórias humanas.
Acredito, sim, que haja uma certa curiosidade natural do ser humano em saber das coisas, mesmo as mais íntimas e pessoais, acerca do que acontece com a vida dos outros porque pode aprender por assimilação e comparação com outras experiências. Acredito, também, que há motivações como o 'sonho', a 'ilusão', o 'romance', a busca por certas compensações de fantasia numa vida dura e atribulada.
Mas, às vezes, esse tipo de curiosidade toima certos níveis que ultrapassam o aceitável. Tanto é que, hoje em dia, existe uma indústria que fatura horrores em cima da fabricação de celebridades e das notícias que se criam/geram através da curiosidade exacerbada em torno delas.
Só queria saber, no fim das contas, se isso nos levará a algum lugar... e que lugar seria esse... é bonito lá?